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07/02/2008

Túnel do tempo: Xuxa entrevista Mara


Leia a seguir a entrevista que Mara deu no Xou da Xuxa em 1991, no programa especial de Dia das Crianças.

Xuxa: Primeiro vamos falar dos seus discos. Esse disco que você lançou agora, se você tivesse que dar nota de 1 a 10, que nota você daria para ele?

Mara: Eu daria 7.

Xuxa: Por que 7?

Mara: Porque 7 geralmente a gente passa, né, ou é 5 ou é 7. Modestamente...

X: Por que não 10?

M: Ah, porque eu ainda tô... um degrau a mais, tenho muito que aprender ainda.

X: E falando em aprender, como é que foi sua vida de aprendiz quando vc era baixinha? O que é que você gostava de fazer quando você era bem pequenininha? O que te dava muita alegria quando você fazia?

M: Ah, a gente sempre será um eterno aprendiz né... E como diz aquela música que você ama do Gonzaguinha: “E não ter a vergonha de ser feliz. Cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz”.

X: "Ah, meu Deus..." (cantando)

M: Ah, meu Deus, eu sei... (cantando)

X: "Que a vida devia ser bem melhor e será, mas isso não impeede que eu repita" (cantando)

M: A Xuxa é o quê? Coisa mais biita...

X: Conta pra mim: o que é que você gostava de fazer quando pequenininha?

M: Eu gostava de tomar banho de chuva, eu gostava de brincar de gude, sabe, já brincou de gude?

X: Bolinha de gude, lá no Sul é bolita...

M: Empinar pipa, papagaio, ficar vendo o céu assim...

X: Assim ela empina, assim ela desce...

M: Eu fui assim uma criança...

X: Assim ela subia, assim ela descia...

M: (Risos) Ela viaja... Eu também era boa nisso, mas eu já era melhor na gude.

X: Na bolinha de gude, eu já fazia de tudo um pouquinho.

M: Então, mas eu não fui assim uma criança de ter muitos brinquedos, bonecas, bola, né, menino gosta de bola, eu não tive esses brinquedos, mas hoje eu fico muito feliz quando eu posso dar uma boneca bonita pra uma criança, sabe, eu imagino a felicidade que ela sente naquele momento, uma felicidade que de fato eu não tive, mas eu posso proporcionar a algumas crianças e isso já é uma grande felicidade pra mim.

X: E a infelicidade, o que te deixava hiper-infeliz quando você era pequena?

M: Olha, eu tenho vontade de falar uma coisa pra você, mas eu não quero que você fique zangada comigo

X: Fala.

M: Tudo bem, eu acho que a gente tem os nossos problemas, a gente tem os nossos monstrinhos, que às vezes a gente aumenta, os nossos monstrinhos. É o que eu acho que acontece com você: você aumenta muito os seus monstrinhos, porque se eu for contar o caso do meu pai pra você, você vai que o seu é de fichinha perto do meu, entendeu? Eu, por exemplo, sou filha única por parte de pai, de mãe, quer dizer. O meu pai tem 4 filhos, eu tenho 4 irmãos que eu não os conheço, e meu pai nunca me deu nada até hoje. Mas tudo bem, eu tenho o meu padrasto que eu amo e minha vida não deixa de ser uma maravilha por isso. Então não fica aumentando os teus monstrinhos...

X: Não, Mara, mas as pessoas acham que eu tô triste até por isso. Não, é que quando as pessoas me falam do meu pai eu falo, eu não tenho vergonha de falar. Sabe, então as pessoas acham que é isso que me deixa triste, e não é, é uma série de coisas. É que na realidade os meus monstrinhos estão crescendo. Há 8 anos eu trabalho com os baixinhos e tu sabe como eles cobram da gente, né, cara . Cobram como a gente se veste, como a gente senta, como a gente fala, querem que a gente dê cada vez mais, mais, mais... E aí eu acho que isso pesa muito, pesa tanto e tanto que às vezes eu não consigo respirar direito, aí eu tenho vontade de dizer “ãh” e sair sabe... E aí não é que eu fique dando muito valor a isso, a ele, porque não dá muito, porque por exemplo o teu pai que não te deu o valor devido, e o meu também não, não é isso. É que as pessoas me perguntam e eu falo. Eu nunca fui de ficar arrumando palavras, eu ponho pra fora, e aí as pessoas acham que eu tô chocada com isso. Mas eu sei que todo mundo passa por algum problema. Família já é um problema, sabe, é difícil a gente encontrar alguém que diga: “ meu pai é matavilhoso, minha mãe é maravilhosa, meus irmãos são maravilhosos”, é difícil, eu sei que é, mas não é por isso não.

M: Não, mas a vida é uma maravilha, é um “xuxexo”, e a gente tem mais é que só pensar nas coisas boas, as coisas negativas é “vapt-vupt-zupt”, né, rapidinho, num tapinha, como dizem os mineiros, e vamos lá.

X: E o que você faria pra deixar esse mundo maravilhoso? O que você faria pelos baixinhos pra que eles tivessem um mundo maravilha mesmo?

M: Olha, sem puxação de saco, né, Dani? A Dani é sua fã número 1, do seu fã-clube, vive lá no meu programa. O fã-clube da Xuxa lá de São Paulo vive no meu programa. O que eu faria? Eu faria assim: a Xuxa, gente, infelizmente a gente tem uma só, né... Um monte de Xuxa, um mundo inteiro, everybody, todo mundo, sabe, e que todo mundo tivesse um pouquinho da Xuxa no coração mesmo, porque, olha, Xuxa, você realmente é a rainha, entendeu? Eu sou a Mara Maravilha, a Angélica é a Angélica e a Xuxa é a rainha dos baixinhos, entendeu? Eu sou super-satisfeita porque eu tenho meu espaço, eu tenho meu trabalho, eu sou super-feliz com o que eu sou, com o que eu tenho e eu agradeço a Deus todo dia e reconheço que você é fundamental...

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